Interpretação do leucograma
Considerações sobre o Leucograma:
Em geral, um leucograma anormal permite a identificação de processos patológicos (por exemplo, inflamação), mas não permite a definição de um diagnóstico específico. No entanto, a interpretação das anormalidades leucocitárias e dos achados clínicos pode levar a um diagnóstico.
Porém, para a interpretação do perfil leucocitário de uma doença é necessário conhecer as características normais do leucograma e, a partir daí, identificar os padrões de anormalidade.
NEUTROFILIA:
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Infecção (bacteriana, micose sistêmica, protozoários)
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Inflamação (doença imunomediada, neoplasia, trauma tecidual, necrose tecidual)
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Demarginalização (estresse, hiperadrenocorticismo, glicocorticóides)
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Metabólico (Uremia, cetoacidose diabética)
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Associado à anemia regenetariva (anemia hemolítica, anemia hemorrágica)
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Leucemia granulocítica crônica
NEUTROPENIA:
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Diminuição da produção – mielopatias (doença mieloproliferativa, doença linfoproliferativa, neoplasia metastática)
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Mielofibrose
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Induzida por fármacos (quimioterápicos, griseofulvina, cloranfenicol, sulfa-trimetoprim, azatioprina, estrógeno, fenilbutazona, fenobarbital)
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Infecções
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Parvovírus, ehrlichiose, FIV, FeLV (anemia aplásica, mielodisplasia, síndrome da panleucopenia-like)
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Hiperesplenismo
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Hipoplasia/aplasia idiopática (neutropenia cíclica, imunomediada)
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Aumento do consumo (bacteremia, sepse, infecção sistêmica grave, endotoxemia)
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Hipoadrenocorticismo
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Marginalização
Alterações morfológicas dos neutrófilos:
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Corpúsculos de Dohle: indicativo de manifestação toxêmica discreta.
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Basofilia citoplasmática difusa e vacuolização citoplasmática: indicativos de alterações tóxicas mais severas. Ocorre durante a infecção bacteriana severa na maioria das espécies, mas não é específica da infecção.
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Granulação Tóxica: indicativo de severa toxemia.
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Hipersegmentação nuclear: indica prolongado tempo de trânsito na circulação sanguínea.
Resposta neutrofílica nas doenças inflamatórias:
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O número de neutrófilos encontrados no sangue reflete o balanço entre o nível de utilização (demanda tissular) e de produção e lançamento dessas células na circulação sanguínea.
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Se a produção e o subseqüente lançamento for maior que a demanda tissular, ocorre leucocitose neutrofílica.
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Se a demanda for maior que a produção, ocorre neutropenia.
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Portanto, durante um processo inflamatório pode ocorrer tanto leucopenia como também leucocitose evidente.
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A medida que a demanda tissular aumenta, pode ocorrer o esgotamento de neutrófilos segmentados na Medula Óssea e assim, começa a aparecer na circulação bastonetes, metamielócitos e até mielócitos.
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Se o animal apresenta neutropenia e há mais de 10% de bastonetes, é indício de demanda tissular por neutrófilos.
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A magnitude do desvio à esquerda tende a ser paralela à intensidade do processo inflamatório.
LINFOCITOSE:
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Fisiológica ou induzida pela epinefrina
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Pós-vacinação
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Leucemia (linfocítica, linfoblástica)
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Estimulação antigênica crônica (doença inflamatória intestinal, colangioepatite, ehrlichiose, doença de Chagas, babesiose, leishmaniose, hipoadrenocorticismo)
LINFOPENIA:
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Induzida por estresse ou corticóides
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Quimioterapia
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Perda de linfócitos (quilotórax, linfangiectasia)
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Perda da arquitetura dos linfonodos por processos inflamatórios ou neoplásicos
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Deficiências imunológicas hereditárias
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Doença viral (FIV, FeLV, PIF, parvovirose, cinomose, hepatite infecciosa canina)
Alteração morfológica dos linfócitos:
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Linfócitos reativos: são linfócitos B capazes de produzir imunoglobulinas. Aparecem em casos de estimulação antigênica.
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Sombras de Grumprecht: ocorre em pequenas quantidades no sangue de ruminantes. Quando associada à linfocitose é indicativo de leucemia da série linfóide.
MONOCITOSE:
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Infecções (piometra, abscessos, peritonite, piotórax, osteomielite, prostatite, Mycoplasma haemofelis, blastomicose, histoplasmose, Cryptococcus, Coccidioses, dirofilariose e outras bactérias)
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Induzido por estresse ou corticosteróides
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Doença imunomediada (anemia hemolítica, dermatite, poliartrite)
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Trauma com importante lesão compressiva
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Hemorragias em tecidos ou cavidades corporais
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Neoplasias (necrose tumoral, linfoma, afecções mielodisplásicas, leucemias, leucemia mielomonocítica, leucemia monocítica, leucemia mielógena)
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Pode ser observada durante as fases agudas e crônicas da doença
MONOCITOPENIA:
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Não há significado clínico.
Alteração morfológica dos monócitos:
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Monócitos ativados: indica atividade fagocítica.
EOSINOFILIA:
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Enfermidades parasitárias (vermes com ganchos, dirofilárias, pulgas, filaróides, vermes redondos, carrapatos, sarnas)
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Hipersensibilidade (DAPP, atopia, hipersensibilidade alimentar)
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Doença infiltrativa eosinofílica (complexo granuloma eosinofílico, asma brônquica felina, gastroenterite/colite eosinofílica, infiltrados pulmonares eosinofílicos, síndrome hipereosinofílica)
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Doenças infecciosas (toxoplasmose, processos supurativos)
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Neoplasia (leucemia eosinofpilica, mastocitoma, linfoma, doenças mieloproliferativas, tumores sólidos)
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Hipoadrenocorticismo
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Prenhez
EOSINOPENIA:
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Estresse
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Hiperadrenocorticismo
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Terapia com glicocorticóide
BASOFILIA:
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Enfermidaedes relacionadas com produção de IgE (dirofilariose, atopia)
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Enfermidades inflamatórias (doença do trato gastrintestinal, doença do trato respiratório)
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Neoplasia (mastocitoma, leucemia basofílica, granulomatose linfomatóide)
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Associação com hiperlipoproteinemia e possível Hipotireoidismo
BASOPENIA:
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Não há significado clínico.
Interpretação da resposta leucocitária:
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Leucocitose Fisiológica (ação da epinefrina)
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Neutrofilia discreta, sem desvio à esquerda
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Número de linfócitos normais ou discreta linfocitose
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Número normal de eosinófilos e monócitos
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Esse tipo de resposta é mais freqüente em gatinhos, potros, vacas durante o parto e em todos os animais após exercícios extenuantes
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Leucograma de “estresse” (ação dos corticóides)
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Neutrofilia, sem desvio à esquerda
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Linfopenia
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Eosinopenia
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Número de monócitos normais ou aumentados
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Ocorre em animais com liberação endógena de corticóides, hiperadrenocorticismo ou naqueles que recebem terapia com corticóides. O pico ocorre após 4 a 8 horas da liberação de corticóides.
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Resposta Leucemóide
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Em certas doenças purulentas, a intensa resposta leucocitária com desvio à esquerda podem incluir a presença de mielócitos, promielócitos e mielobastos no sangue. Isso é chamado de “resposta leucemóide”.
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